A Maldição de Baco é uma obra de ficção histórica e contemporânea que explora o delicado vínculo entre o vinho e a humanidade. Inspirado na mitologia romana, o romance levanta uma pergunta inquietante: o que aconteceria se o deus do vinho decidisse privar o mundo de um de seus prazeres mais antigos? Através de uma narrativa que entrelaça mito, romance e reflexão cultural, a história acompanha personagens cujas vidas mudam para sempre sob a sombra de uma maldição global.
Sofia: Uma jovem que emigra para o Reino Unido, onde reconstrói sua vida sem renunciar à sua paixão pelo vinho e pelo conhecimento.
Alejandro: Um imigrante venezuelano que encontra refúgio na gastronomia e na fé diante da adversidade.
Kate: Uma brilhante cientista britânica da Universidade de Cambridge, determinada a investigar as origens do fenômeno que ameaça a indústria vinícola mundial.
Nicoletta: Uma carismática professora italiana de mitologia romana em La Sapienza, cuja ligação com Baco transcende o tempo e a razão.
Baco: O deus romano do vinho, um ser divino mas profundamente humano que decide punir a arrogância e a ingratidão dos mortais.
Na Cidade Eterna, durante uma avaliação acadêmica crucial, um estudante da Universidade de La Sapienza sucumbe ao excesso de vinho e amaldiçoa Baco com palavras carregadas de ressentimento. A divindade, presente em forma indivisível, presencia a cena e decide que chegou o momento de punir a blasfêmia nascida da fraqueza humana.
Em um sonho revelador, Nicoletta ouve a proclamação da maldição em latim:
"Bonum sapor vini mundi peribit, et vineae eius non poterunt offere messem bonam, et erit acetum omnis uva in terra."("O bom sabor do vinho do mundo desaparecerá. Suas vinhas não poderão dar uma boa colheita, e toda uva na Terra se transformará em vinagre amargo.")
A partir desse momento, o sabor do vinho muda de forma inexorável.
À medida que a maldição se espalha, cada garrafa aberta libera um aroma acre e insuportável. As antigas vinhas perdem sua essência e o comércio mundial do vinho entra em crise.
Enquanto isso, Sofia e Alejandro constroem novas vidas na Inglaterra, unidos pela nostalgia e pelo desejo de redenção. Kate inicia uma investigação científica internacional, convencida de que uma explicação racional poderia reverter o fenômeno.
Em paralelo, Baco vai se revelando pouco a pouco a Nicoletta, aparecendo em sonhos e confrontando-a com o peso da história e o poder do mito. Entre eles, forma-se um vínculo único, marcado pela fascinação intelectual e um desejo que transcende a fronteira entre o divino e o humano.
Após percorrer Roma, Buenos Aires, Norwich, Edimburgo e o Mare Nostrum, os protagonistas descobrem que a solução não está nem na ciência nem na tecnologia. A única forma de restaurar o vinho é invocar Baco através de um antigo rito romano: uma autêntica Bacanal, impregnada de música, desejo e arrependimento.
Em uma casa de campo isolada perto de Frosinone, na Itália, Nicoletta e seus alunos celebram o rito, na esperança de comover o coração do deus. A divindade finalmente se manifesta, atraída pela sinceridade de seus corações e pelo reconhecimento do poder que os humanos acreditaram controlar durante séculos.
Nem os avanços científicos nem a paixão culinária de Alejandro e seu mentor conseguiram o que o perdão e a comunhão ritual alcançaram: a restauração da essência do vinho, símbolo universal de celebração e memória.
As vinhas florescem novamente, cada cacho recupera sua doçura e a humanidade compreende que até os prazeres mais simples exigem respeito. O romance culmina com a revelação do amor compartilhado por Baco e duas mulheres extraordinárias: um lembrete de que o divino sempre pode encontrar seu reflexo no humano.
A Maldição de Baco é uma história que dialoga com as sensibilidades contemporâneas: explora a importância cultural do vinho, a fragilidade de nossas certezas e a busca por uma redenção coletiva. Através de uma narrativa que entrelaça emoção, história e mito, o romance oferece uma reflexão sobre a gratidão, a memória e o poder dos símbolos de dar sentido à nossa existência — e sobre como deuses e mortais igualmente sucumbem à grandeza e à nobreza do verdadeiro amor.
— José Méndez
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